terça-feira, 8 de junho de 2010

Mini - habitat : Vila

Em que ponto morar e habitar se diferem? Antes de ser lar, a moradia é um abrigo contra o mundo, um lugar seguro, mas não só isso faz o lar. É preciso ultrapassar a segurança física para que a moradia se torne de fato habitação. Isso sim, habitar não se restringe a espaço apenas, mas transcende em caminhos, em cores, em sons. Quem habita, habita uma cidade, um bairro. São os hábitos de uma pessoa, os traçados que ela percorre, os lugares em que ela descansa, a comida que ela come. É viver em comum.

Viver em lugar que possibilite mais que morar: habitar. Em cidades que engolem o homem, impessoais, fechadas em muros, em apartamentos pequenos, sem qualidade de espaço público e cada vez mais restrita, cabe ao arquiteto propor soluções.  O nosso objetivo era trazer um respiro na confusão que é o centro da cidade. O terreno é localizado na avenida Afonso Pena, entre as ruas Jataí e Jerônimo Martins Nascimento . A área é de 4800 m².  O gabarito das ruas que circundam o terreno varia de dois a três pavimentos. Qualidade no lugar de quantidade, mantendo o gabarito da rua e com o propósito de ter áreas verdes, permeáveis e públicas, foi possível colocar 26 habitações. A diversidade de forma e tamanho das moradias possibilita que diferentes tipos familiares possam habitar a vila. As unidades são de estrutura metálica e fechamento em placas cimentícias.

A disposição das habitações cria atalhos entre elas que torna possível ao pedestre que passa cortar caminhos. A entrada das habitações é voltada para o exterior do terreno, e o fundo para uma rua principal que se forma no meio. Isso porque cria um ambiente mais aconchegante para os morados, com a sua intimidade preservada, e facilita o acesso a porta de entrada. Cada habitação tem um pequeno quintal, que serve a reuniões mais intimas, como complemento da área de serviço ou ao que o morador desejar.

Os caminhos para os pedestres são calçados de blocos intertravados. As áreas dos carros são calçadas com blocos exagonais . Um prédio de dois pavimentos serve tanto ao morador quanto aos habitantes da cidade. Isso porque tem uma área de serviços pequenos, como lanchonetes e cafeterias. Os habitantes têm no prédio uma área de convivência, onde podem fazer festas ou se reunirem. Tem também uma pequena sala para administração e uma área para atender aos trabalhadores do conjunto, como empregados da limpeza e etc.

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