quarta-feira, 31 de março de 2010

Planejamento - parte 02

Condicionantes Conceituais


Leitura dos textox dirigidos

Em ESTRATÉGIAS DE FLEXIBILIDADE NA ARQUITECTURA DOMÉSTICA HOLANDESA: da conversão à multifuncionalidade, Rita Abreu e Teresa Heitor discutem o conceito de "flexibilidade no quadro da habitação colectiva, a capacidade de adaptação do espaço doméstico aos usos praticados pelos moradores, de modo a responder ao longo do tempo com eficácia e em condições de segurança física, às suas necessidades e expectativas", utilizando como campo de investigação a experiência holandesa.

O assunto parte da diversidade de hábitos e modos de vida da população urbana e a resultante pluralidade de necessidades e de preferências face ao espaço doméstico para questionar as tradicionais formas de habitação e a necessidade de propor modelos alternativos. Rita Abreu e Teresa Heitor entendem a flexibilidade como a "capacidade do espaço físico se adaptar ao processo dinâmico do habitar na medida em que o uso do espaço doméstico se apresenta como um processo variável e dinâmico. Variável porque os usos praticados estão relacionados com os e los de vida dos moradores i.e., com os seus valores, níveis culturais e singularidades, e portanto, não são universais. Dinâmico porque os usos acompanham a evolução da sociedade e como tal não se mantém fixos no tempo.”

As autoras citam Brand e Leupen, e sua distinção de  “elementos arquitectónicos”, a serem considerados nas estratégias de flexibilidade:
  1. Envolvente – Localização e tipo de inserção urbana; 
  2. Estrutura – Fundações e elementos estruturais;
  3. Invólucro exterior – Superfícies exteriores – fachadas e coberturas;
  4. Serviços – Redes técnicas de águas e esgotos, electricidade, gás, AVAC (aquecimento, ventilação, ar condicionado), TV, telefone e Internet e respectivos equipamentos; 
  5. Acessos/circulação – Escadas, corredores, elevadores, galerias; 
  6. Configuração espacial – Elementos do interior (paredes, tectos,pavimentos, portas, etc.)
A pesquisa completa se encontra disponível para download aqui.

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António Baptista Coelho, em Cidade e habitação de interesse social, ressalta  a importância de se fazer "habitação de interesse social com qualidade de desenho e em pequena escala para que tais intervenções sejam, realmente, de interesse social para os seus habitantes, e, simultaneamente, construtoras de uma cidade coesa, agradável, e, portanto, uma cidade de interesse social".

Coelho trabalha o assunto do habitar na cidade com enfoque na contemporaneidade. Para ele "estudar a habitação é estudar a cidade e o modo como fazer cidade viva. Ao analisar o habitar ele identifica novas carências no processo de produção para habitação popular que surgem em virtude do envelhecimento da população" (pesquisa realizada em Portugal), da necessidade de se considerar os aspectos sócio-culturais específicos da população a ser atendida, do crescimento significativo do número de pessoas que vivem sós ou em casais sem filhos e o estilo de vida dessas pessoas que passaram a usar a cidade com intensidade, diversidade e de uma forma disseminada e dinâmica.
  
A pesquisa completa se encontra disponível para download aqui.

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Estudos de Caso

Foram selecionadas 2 unidades habitacionais distintas do ponto de vista conceitual, mas quem em comum apresentam indícios de flexibilidade.

Libeskind Villa
Daniel Libeskind

Como um cristal crescendo da rocha, uma estrutura emerge do solo: The Villa, Projetado por Daniel Libeskind, é uma obra de arte. Construído a partir de materiais de alta qualidade, este estilo alemão, espaço de vida escultural atende aos mai altos padrões em design, artesanato e sustentabilidade.

O projeto se desenvolve em torno de uma ampla área social, a partir da qual se desprendem as áreas de uso privativo e circulação vertical. Uma sala conjugada à cozinha, cercados de painéis envidraçados que permitem iluminação farta durante o dia e amplas possiblidades para circulação natural do ar.

planta térreo

Planta 1º pav.

 Planta 2º pav.

Para dar forma a este espaço o arquiteto lança mão de uma composição plástica a partir de uma simples folha de papel dobrado que, na sua continuidade, em alguns momentos pode ser parede inclinada, em outros o próprio teto, criando uma noção de ritmo e movimento. Essa monotonia poética é suavizada pela introdução de uma textura diferenciada que compõe sem distorcer a harmonia do conjunto.



Em grande parte a estrutura é composta por madeira revestida utilizada nos planos de fechamento. Material leve e que proporciona o movimento a partir dos planos inclinados. Não foi encontrado maiores detalhes acerca do sistema estrutural do 1º e 2º pavimentos.

Fontes
http://libeskind-villa.com/
http://www.daniel-libeskind.com/projects/show-all/the-villa-libeskind-signature-series/


Farnsworth House
Mies van der Rohe

Um prisma de vidro flutua sobre o espaço, trazendo a simplicidade ao extremo no modernismo.

No interior a fluidez e a transparência, que são as marcas características do arquiteto, tornam a separação entre público e privado aparentemente inexistente.



Aqui a circulação é periférica. No centro se encontram as estruturas que exigem parede hidráulica assim como moveis para estocagem. Este elemento fixo proporciona a diferenciação entre a área íntima e a social sem a necessidade de portas ou divisórias.


A opção pelo sistema estrutural metálico proporcionou a criação de um espaço amplo e sem obstruções, além de conferir leveza ao conjunto.



Fontes:
http://www.greatbuildings.com/buildings/Farnsworth_House.html
http://www.miesbcn.com/
Download: Farnsworth House - Mies van der Rohe.pdf

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